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CSN (CSNA3) recebeu sinal verde do BNDES nesta segunda-feira (29) para um
financiamento de R$ 1,13 bilhão. O recurso tem como objetivo principal a modernização da Usina Presidente Vargas, em Volta Redonda (RJ), focando no
cumprimento de metas ambientais e na atualização tecnológica da planta histórica.
De acordo com o comunicado do banco, a operação possui uma característica peculiar. Uma parte considerável do montante, cerca de R$ 625,8 milhões, será liberada como reembolso. Isso significa que a CSN já realizou os investimentos e agora receberá o retorno desses valores, o que funciona como uma injeção direta de liquidez no caixa da companhia.
Foco ambiental e descarbonização da indústria
Os projetos financiados visam atender a compromissos previstos em um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) firmado com o INEA (Instituto Estadual do Ambiente) do Rio de Janeiro.
Entre as melhorias destacadas estão a instalação de filtros de manga e precipitadores eletrostáticos, tecnologias fundamentais para barrar a emissão de partículas sólidas e melhorar a qualidade do ar na região.
Segundo José Luis Gordon, diretor do BNDES, a iniciativa "está alinhada à determinação do governo do presidente Lula de descarbonização da indústria brasileira". O projeto também foca no reaproveitamento de matéria-prima e no fortalecimento da cadeia nacional de fornecedores de equipamentos industriais. Atualmente, a usina de Volta Redonda tem capacidade para produzir 5,8 milhões de toneladas de aço por ano.
O desafio da dívida e a pressão das agências de risco
O aporte chega em um momento em que a CSN, liderada por Benjamin Steinbruch, enfrenta cobranças severas do mercado para reduzir seu endividamento. Em novembro de 2025, a agência S&P (Standard & Poor's) rebaixou o rating da empresa de "brAA+" para "brAA" e a colocou em observação negativa.
O motivo é a alavancagem, que a agência estima estar próxima de 5,5 vezes (Dívida Líquida/Ebitda), valor considerado muito elevado para os padrões do setor.
Para tentar reverter esse cenário, a CSN tem se movimentado em várias frentes. Na última semana, a companhia anunciou a venda de uma fatia de 11,2% na MRS Logística para a sua própria mineradora, a
CSN Mineração (CMIN3), por R$ 3,35 bilhões.
📊 O objetivo dessa reorganização societária é captar recursos da subsidiária, que possui um caixa mais robusto (superior a R$ 13 bilhões), para aliviar as contas da controladora.