Racha no time econômico? Haddad não garante permanência em eventual Lula 4

Atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad diz não saber se vai continuar à frente da pasta no caso da reeleição do presidente Lula. Em um eventual quarto governo, outro nome deve ocupar o cargo mais importante da economia brasileira.

Em entrevista ao Estadão, o político afirmou estar satisfeito com seu trabalho na Fazenda e diz ter entregue tudo que Lula havia pedido. Apesar disso, ele não deu detalhes de quais seriam seus planos a partir de 2027.

“Não sei se eu tenho essa pretensão, vamos ver”, disse ele. “Eu não sei, não conversei com ele (Lula) ainda. Eu já falei que entreguei tudo aquilo que ele encomendou. O que ele encomendou, eu entreguei”, continuou.

Haddad também falou sobre o projeto de lançar tarifa gratuita de ônibus em todo o país, que deve ser o mote da próxima campanha presidencial de Lula. Ele defendeu o projeto e destacou que só será viável caso seja considerado um quadro fiscal neutro, ou seja, com indicação de onde sairão os recursos para bancar a gratuidade.

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“No IR, eu não mandei a proposta antes de ter certeza de que era neutra (em termos fiscais). (A tarifa gratuita) só será viável se for fiscalmente neutra. Se não, não vamos fazer. Não tenho espaço fiscal para isso. Não vou criar espaço fiscal para isso. E tem de ser uma coisa inteligente — como, na minha opinião, foi o Imposto de Renda.”

O chefe da Fazenda é um dos ministros que estão com Lula desde o começo do mandato. Aliado de longa data, chegou a se candidatar à Presidência pelo PT (Partido dos Trabalhadores) em 2018, quando Lula estava preso.

Nas eleições de 2022, ele concorreu ao governo de São Paulo, mas saiu derrotado por Tarcísio de Freitas (Republicanos). Agora, não sabe se quer voltar a disputar um cargo eletivo tão cedo.

“Não estou conversando ainda sobre isso, mas ele [Lula] sabe da minha inclinação. Já há muito tempo, não é de agora. Foi no ano passado que falei para ele que eu não tinha intenção de ser candidato em 2026”, frisou.

Caso decida concorrer a alguma vaga em Brasília ou em São Paulo, ele precisa deixar o cargo de ministro até maio do próximo ano. Esse é o prazo de desincompatibilização dado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para as próximas eleições gerais.